terça-feira, 14 de setembro de 2010

Da Engenharia ao Engenheiro

Por: Marcelo Sinnott
A Engenharia constitui uma atividade humana tão antiga quanto a própria civilização, mas só há pouco tempo, cerca de dois séculos, passou a ser levada em consideração; quando se verificou que tudo que o homem construía, era regido por leis matemáticas e científicas. O primeiro estabelecimento de ensino, a École Nationale dês Ponts et Chaussées, foi instalado em Paris, em 1747 e, em 1818, fundou-se em Londres o Instituto de Engenheiros Civis, com a finalidade principal de defender e prestigiar o significado da profissão. Dez anos depois, o Instituto pleiteou uma Carta Régia e, para tanto, precisou adotar uma definição de Engenharia; recaindo a escolha nestas expressões, ainda hoje consideradas clássicas e aceitas, de um dos fundadores da associação, o famoso especialista em estruturas de madeira, Thomas Tredgold: "é a arte de dirigir as grandes fontes de energia da natureza para o uso e a conveniência do homem; pelo aperfeiçoamento dos meios de produção e de transporte, tanto para o comércio interno quanto para o externo; aplicada às obras de estradas, pontes, aquedutos, canais, navegação fluvial, docas e armazéns para facilidades de intercâmbio; às construções de portos, molhes, quebra-mares e faróis; à navegação por meio de energia artificial para fins de comércio; à construção e adaptação de maquinarias; e à drenagem das cidades".


O ensino da Engenharia no Brasil. A primeira instituição regular de ensino de Engenharia foi a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, fundada no Rio de Janeiro em 1792, que é a mais antiga das Américas nesta área. Em 1812, a escola mudou-se para o histórico prédio do largo de São Francisco, construído especialmente para esse fim. Essa escola destinava-se tanto à formação de engenheiros como de oficiais de todas as armas. Em 1822 passou a chamar-se Academia Imperial Militar e, depois. Escola Militar, em 1823 foi permitido o ingresso de civis. Depois de várias reformas, em 1874 passou a chamar-se Escola Politécnica, sendo desvinculada do Exército; foram criados três cursos: de Engenheiros Civis, de Minas e de Artes e Manufaturas.

Ao longo destes quase 150 anos, a Engenharia estendeu os horizontes a pontos mais largos que aqueles já bem amplos da definição de Tredgold, através de um mundo de experiências e resultados posteriores. E o engenheiro transformou-se do antigo politécnico, de cultura geral, em moderno especialista, graduando a sua posição desde o técnico até o cientista, ganhando uma série de outros nomes: geógrafo, geólogo, de minas, agrimensor, agrónomo, urbanista, de obras navais, higienista, construtor, industrial, sanitarista, eletricista, químico, economista, metalúrgico, mecânico, automobilista, astrónomo, calculista, aeronauta, conforme receba graduação correspondente a um desses ramos do conhecimento e da técnica acima sugeridos. E sua presença cresceu em todos os sentidos: nas capitais e nos campos, no subsolo e no espaço, nas residências e nos escritórios, nas oficinas e nos laboratórios.

Define-se ENGENHARIA como o conjunto de conhecimentos e de técnicas referentes à concepção, à operação e às aplicações de procedimentos, de dispositivos, de máquinas apropriadas a determinados domínios. ( Em engenharia, tudo aquilo que é projetado, processado, construído, etc., deve sê-lo, segundo critérios de melhor técnica e mínimo custo, de forma a que o resultado, o produto, seja a solução ótima, ou a melhor otimização.)

A engenharia abrange atualmente uma gama bastante variada de atividades que envolvem os mais diversos materiais, procedimentos e técnicas de projeto e execução. Entre os ramos da engenharia está a Mecânica destacando-se entre suas atribuições o projeto, a construção e a manutenção de máquinas, instalações e sistemas mecânicos, dinâmica e controle de robôs industriais, manufatura assistida por computador, tubulações industriais, veículos, refrigeração, usinagem, ferramentas, etc.

Entre o organismos reguladores e de defesa da profissão no Brasil cabe destacar o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e os Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREAs)

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