Meneses, M. N.
A agressividade encontra-se presente em vários momentos da vida cotidiana. Ela atinge a sociedade de tal maneira que poderia ser considerada como um dos grandes flagelos das gerações contemporâneas. Várias situações contribuíram para que esta situação caótica se instalasse em nossa sociedade atual, entre eles, a desorganização familiar, a ausência afetiva dos pais, os problemas sócio-econômicos da população, viver em uma sociedade capitalista em que o “ter” assume prioridade em relação ao “ser”, entre outras, as quais reforçam a violência entre os jovens. Essa pesquisa teve como objetivo geral conhecer os fatores externos à família que podem influenciar no comportamento agressivo da criança e específicos: identificar junto aos professores, sua visão acerca do comportamento agressivo do aluno, sua conduta e seus sentimentos frente a estas crianças e identificar como percebem seu preparo pedagógico ou não para atuar frente a esse problema. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, tendo como participantes os professores da pré-escola a quarta série do ensino fundamental, de três escolas de um município do Rio Grande do Sul, totalizando 28 entrevistados. A partir da análise dos dados, entendeu-se que a maneira mais eficaz de ajudar as crianças vulneráveis é poder contar com a ajuda da família e da escola, mais especificamente, fortalecer a relação professor-aluno, além do auxílio de profissionais da saúde mental, quando se fizer necessário. Esta pesquisa desvelou que é necessário e pertinente a instrumentalização dos professores para manejar com o comportamento agressivo da criança, pois a maioria deles considera-se despreparado para ajudar o aluno que tem esse comportamento. Entretanto, ainda não temos um programa que possa ajudar a família e a escola a manejarem com o comportamento agressivo da criança, provavelmente, porque a visão da saúde mental na atenção primária, incluindo a atuação em diferentes contextos, ainda parece distante da realidade atual desse município. Na maioria dos discursos, os professores verbalizaram descontentamento por não receberem dentro da sua formação, o preparo adequado para atuar e ajudar o aluno que apresenta problemas de comportamento. Assim, este estudo demonstrou a relevância de ser realizada à educação em saúde com os professores do ensino fundamental, através do conhecimento técnico-científico relativo a várias temáticas da saúde mental que possibilite manejar com crianças que têm comportamento agressivo, para que possam estimular a auto-estima destas e o exercício da cidadania dos seus alunos, procurando contribuir para a construção de uma sociedade mais solidária, responsável e justa.
Palavras-chave: Saúde mental, Comportamento, Educação.
Palavras-chave: Saúde mental, Comportamento, Educação.
* trabalho apresentado no Congresso Internacional de Saúde Mental e Reabilitação Psicossocial - 2009.
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