sábado, 14 de agosto de 2010

Repensando o Cuidado Humanizado: Violência Familiar até quando? (resumo*)



Meneses, M. N.


A violência contra crianças e adolescentes não é fato novo na história da humanidade. No entanto, é no presente que vemos esta problemática atingir índices cada vez mais alarmantes na sociedade. A vulnerabilidade identificada na infância e na adolescência torna-se maior quando consideradas as condições de nutrição, educação, habitação e trabalho à que estão submetidos, pois além da fome, da desnutrição e das doenças transmissíveis, a violência doméstica passa a ser um fator de ameaça, negação e destruição da igualdade social dos integrantes dessas famílias. Etimologicamente, a violência se origina do latim violenta e designa o ato de violentar, qualidade do que é violento, força empregada abusivamente contra o direito natural, constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a praticar algo. Violência familiar é aquela que acontece dentro do lar, entendendo-se este como núcleo básico de formação do ser humano, no qual a criança constrói e fortalece seus laços de parentesco e afetividade com indivíduos consangüíneos ou não, sendo estes seus modelos e eixos norteadores. Segundo o Ministério da Saúde (2008) a violência familiar pode ser manifestada das seguintes formas: Violência física, violência sexual, violência psicológica ou de abandono e negligência. A negligência é entendida como forma de violência familiar, na qual a família se omite em prover as necessidades físicas e emocionais da criança e/ou adolescente, porém, tais falhas, só podem ser consideradas abusivas quando não são devidas à carência de recursos sócio-econômicos. Portanto, alinhavando nossos pensares cabe um último questionamento: Até qual momento, a violência familiar sofrida na infância e na adolescência servirão como atitudes disciplinadoras e educacionais dos “poderosos cuidadores”? Certamente, as vítimas dessa realidade apenas reproduzirão a violência aprendida e ainda mais, nada farão para transformar esse cenário. Assim, considerando as dificuldades sociais vigentes, como profissionais da saúde e como sujeitos integrantes da sociedade, não podemos permanecer indiferentes ao cuidado/(des)cuidado prestado aos jovens do nosso país; não podemos desistir de lutar por uma sociedade mais consciente e humanitária, para que, desta forma, os retratos da violência familiar deixem de fazer parte do acervo das experiências de vida daqueles vivenciam tal situação em seu cotidiano.


Palavras-chave: Família, Saúde, Violência Doméstica.


*resumo apresentado no Congresso Internacional de Saúde Mental e Reabilitação Psicossocial - 2009.

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